quarta-feira, 27 de abril de 2011

Horizonte Rubro negro

Estou assistindo ao jogo, na verdade ao show do "Fuderosão", e que maravilha...que golaço do Wilians,é brincadeira, rouba bolas e da show. Aguarde Messi..eita terrinha boa este Ceará. Agora aguardar Domingão, comer Bacalhau e fazer festa.Queria escrever muito mais, mas estou até agora surpreso com o golaço do Wilians, mas que gol!Nem Luxa acreditou!E quem iria acreditar? Até Domingo.

Virei blogueiro de vez

Assumi, agora virei blogueiro de vez. Esta semana não tem outro assunto, pelo menos para mim: Mengão, Mengão e Mengão...aguarda a chegada do DOMINGO, fritar o Bacalhau, deveria ser na sexta-feira Santa, mas tudo bem que venha na semana posterior, fritar bacalhau em qualquer epóca do ano faz bem. Só para a turma da arcoirizada sem time e nem motivos para gostar de futebol conhecer um pouco sobre crônicas, vou aqui neste espaço resgatar uma crônica do grande Paulo Mendes Campos, a qual ele de público declara sua gratidão pelo Mengão, nesta crônica apenas comprova o quanto é importante que reconheçamos a que a existência do FLAMENGO é sim uma das grandes Maravilhas do Mundo. O Flamengo é tão grandioso que até salvou a vida de um dos maiores escritores do Brasil, que infelizmente no quesito futebolistico não soube escolher um time para torcer, tudo bem, este defeito compensa se pelas excelentes crônicas que escreveu e reconhecendo a importância do Flamengo que salvou sua vida. Deleitem-se....

"SALVO PELO FLAMENGO

Desde garotinho que não sou Flamengo, mas tenho pelo clube da Gávea um dívida séria, que torno pública neste escrito. Em 1956, passei uma semana em Estocolmo, hospedado
em um hotel chamado Aston. Era primavera, pelo menos teoricamente, havia um congresso internacional na cidade, os hotéis estavam lotados, criando contratempos para turistas do
interior ou estrangeiros. A recepção do Aston, por exemplo, vivia sempre cheia de gente implorando por um quarto ou discutindo a respeito de uma reserva feita por telegrama ou
telefone.

Estava há dois ou três dias na cidade, quando me pediram para receber um brasileiro e encaminhá-lo ao hotel, onde lhe fora reservado de fato um apartamento. Era uma hora da madrugada quando entramos no hotel e me encaminhei até o empregado do balcão, dando-lhe o nome do meu amigo e lembrando-lhe a reserva. O funcionário, homem de uns sessenta anos e de uma honesta cara escandinava, tomou uma atitude estranha e difusa, que a princípio me surpreendeu e ia acabando por me indignar: ele não confirmava a existência da reserva, nem deixava de confirmar.

Como começasse a protestar, vi que seu rosto tomava uma expressão aflita; eu entendendo cada vez menos. Quando passei a exigir o
apartamento com alguma energia, o homem, trêmulo, nervoso, pediu-me desculpas e trouxe afinal a ficha de identificação. Foi aí que vi levantar-se da penumbra de uma saleta contígua o gigante.

Se o leitor conhece um homem forte, mas muito forte mesmo, imagine uma pessoa duas vezes mais forte, e terá uma vaga idéia desse gigante que veio andando até nós, botando ódio pelos olhos e espetacularmente bêbado. O monstro passou por mim com desprezo e, agarrando o empregado pela gola do uniforme, entrou a sacudi-lo e insultá-lo em sueco. Às vezes, éramos arrolados nessa invectiva, pois o gigante nos apontava enquanto dizia coisas.

O empregado, demonstrando possuir um
bom instinto de conservação, deixava-se sacolejar à vontade. Rosnando assustadoramente, o ciclope foi sentar-se de novo na saleta, onde só então dei pela presença de outro sujeito, também bêbado, mas sinistramente silencioso. É hoje, pensei. Sair do meu Brasilzinho tão bom, fazer uma viagem imensa, para ser trucidado sem explicação por um bêbado.

O fato de ser na Suécia, onde arbitrários atos de violência não são comuns, ainda tornava mais absurdo, um absurdo existencialista, o meu triste fim. Indaguei do empregado o que se passava. Ficou mudo. Insisti na pergunta, e ele, sussurrando desamparadamente, explicou-me que o gigante estava a pensar: primeiro, que não conseguira vaga no hotel por ser sueco e estar embriagado; segundo, que nós conseguíramos por ser americanos, norte- americanos.

Ora, se meu amigo de fato era meio ruivo, seu
jeitão era mineiro; quanto a mim, se fosse americano, só poderia ser filho de portugueses. Por outro lado, o meu inglês amarrado não deixava a menor dúvida sobre a questão de ser ou não ser americano. Só mesmo um sueco bêbado em uma madrugada de neve e vento iria supor que fôssemos americanos. Mas agora era o próprio gigante que bradava para nós com sarcasmo e ira: - American! American!

Fiquei um pouco mais esperançoso, acreditando que ele falasse inglês, e disse-lhe, exagerando minha alegria e meu orgulho por isso, que não éramos americanos coisa nenhuma, éramos brasileiros. Não entendeu ou talvez pensou que estivéssemos covardemente a renegar a nossa pátria, voltando a vociferar, em um esforço
lingüístico que contraía todos os músculos de seu rosto: - American! Dollar! No like!

As palavras em si significavam pouco, mas a maneira de exprimi-las era de um eloqüência que teria destruído Catilina muito mais depressa que os discursos de Cícero. Durante alguns minutos mantivemos os dois uma polêmica oratória nestes termos:
- American!
- No, brazilian!
- American!
- Brazilian!
Essa versátil discussão ia levar-me ao abismo, quando de súbito me pareceu que a palavra “brazilian” havia penetrado por fim em sua testa granítica. Descontraindo os músculos, o gigante me perguntou:
- Brazil?! No american? Brazil?
Não tinha certeza se ele estava me gozando, mas sua expressão era tão estranhamente deslumbrada e infantil, que afirmei cheio de entusiasmo:
- Yes, Brazil!
Ele se levantou, cambaleou, aproximou-se, apontou meu amigo:
- Brazil?
- Brazil, Brazil.
Veio chegando, sorrindo, em pleno estado de graça, e gritou com alma, como se saudasse o nascimento de um mundo novo:
- Flamengo!! Flamengo!!
Imediatamente, o gigante entrou em transe e começou a fazer problemáticas firulas com uma bola imaginária, mas dando a entender cabalmente o quanto ele admirava (admirava é pouco: o quanto ele amava) o malabarismo dos nossos jogadores.

O gigante se desencantara, virando menino. A certa altura, depois de fazer um passe de letra, parou e confessou-me com um orgulho caloroso:
- I Flamengo! I Rubens!
Ele não era sueco, não era gigante, não era bêbado, não era um ex-campeão de hóquei (conforme soube depois), era Flamengo, era Rubens. Depois cutucou-me o peito, tomado de perigosa dúvida:
- You! Flamengo?
Que o Botafogo me perdoe, mas era um caso de vida ou de morte, e também gritei descaradamente:
- Flamengo! Yes! Flamengo! The greatest one!"

Paixão: MENGÃO !

Tento de verdade, deixar aqui neste espaço virtual para todo o Mundo observar, apenas "coisas" sobre a vida normal, escritos antigos, "rascunhos" de crônicas, poesias antigas (quando pensava que era poeta)queria escrever apenas coisas assim. Mas realmente em uma semana como esta, não dá. Definitivamente: NÃO DÁ !
Hoje, o "FUDEROSÃO" (copiando o excelente Blogueiro e "fechado com o certo" Arthur Muhlenberg )decidirá seu futuro na Copa do Brasil e certamente metade da população brasileira estará conectado de alguma forma nas noticias que virão lá do Ceará a partir das 21horas e 50minutos. Passado o dia de hoje, a noite rubro-negra e alegria da metade dos brasileiros (esta conta de apenas 32 milhões de torcedores não me convence), ficaremos a esperar a chegada do grande Domingo. O cardápio para Domingo que vem: Bacalhau. Estou nervoso, ansioso por antecipação, sei que já entrarei em campo com uma mão na Taça, mas futebol times pequenos podem ganhar dos MAIORAIS, não vou pensar assim...Xô azar !
Vou tomar bastante chá de camomila, cuidar da garganta , porque eu quero gritar Gol!
Abraços e saudações rubro-negras, deu hiorário de ir para casa e não tenho mais tempo para escrever por hoje.