segunda-feira, 30 de junho de 2014

Fazendo parte da história

Em Abril tive a oportunidade de presenciar um evento histórico para o Brasil e uma parte desta esta explicada abaixo em mais um de meus textos, então prezados 10 ou 15 leitores divirtam-se. Fazendo parte da história Com certeza sou uma cara de sorte, e sorte não é apenas ganhar na mega sena ou outra loteria qualquer, pois isto nunca ocorreu comigo, mas a vida já me deu provas mais do suficiente que sou sortudo. Querem ver como tenho razão, vou contar um pouco de minha história. O que me consta e até onde eu saiba, minha mãe teve uma gestação normal e sem riscos quando estava gravida de mim, porém quando tinha por volta de dois ou três anos meus pais foram passar férias em Salvador na casa de uns tios na Praia de Itapuã, nós morávamos no interior e eu nunca tinha chegado perto do mar, e segundo Seu Nelito (meu pai), eu “peguei” uma febre tão forte e sem nenhuma explicação, chegava a passar dos 40°, ficava sem comer, mole, desanimado e nem chorar eu chorava, que teve uma noite que ele disse para minha mãe: “Hilce, este menino anoitece, mas não amanhece. Amanhã a gente vai ter que enterrar ele.” Então eles me levaram para a casa de outro tio no centro de Salvador e com a intenção de me encaminharem a médico conhecido. Chegando neste apartamento no bairro do Campo Grande, um pouco distante da Orla, logo a febre baixou então voltamos para Itapuã, devia ser uma virose (sim, naquela época já imaginavam esta alternativa para doenças inexplicáveis). Retornando a Itapuã a febre voltou e desta vez mais forte do que o PROMEF. Felizmente, o profeta Emmanuel Campos de Sá (meu pai, também conhecido como Seu Nelito) errou em mais uma de suas previsões. Desta vez a febre foi tão forte que ele profetizou que eu não conseguia nem chegar ao hospital. Eu cheguei e fui atendido, segundo o médico eu estava com um quadro de alergia a maresia e recomendou que voltássemos para o interior. Acabei com as férias dos meus pais, mas eles ficaram felizes, pois não estiquei as miúdas canelas nesta ocasião. Foi, acredito eu, que este tenha sido o primeiro sinal de sorte na vida. Alguns outros episódios seguiram, e sempre insistirei em chamar de sorte, estava ao meu lado; tomei um escorregão quando tinha menos de quatro anos, logo depois da febre forte e cai de boca, literalmente, na travessa da cama de meus pais e os dentes da frente entraram gengiva adentro, era tanto sangue que minha mãe pensou que eu tinha perdido a língua, foram só os dois dentes de leite da frente, eles demoraram de nascer de novo e fiquei um bom tempo banguela na frente; já me perdi em uma mudança também quando era criança, fiquei vagando pelas ruas de Feira de Santana e consegui encontrar a casa dos parentes que meus pais tinham ido; já adulto virei uma Toyota, acabei com o carro e não tive nenhum arranhão; passei por uma cirurgia na coluna e tudo bem; passava em qualquer vestibular que me aventurasse; depois de formado no curso técnico fiquei alguns anos sem emprego, mas logo arrumei um ótimo emprego na TELEBAHIA e fiz uma carreira legal, fui demitido e pensando que era o fim da sorte, aconteceu de surgir o concurso para a PETROBRAS TRANSPORTE - TRANSPETRO o qual passei e que me proporcionou o momento que quero chegar; realmente tenho minha sorte me acompanhando. Uma vez li em algum lugar que para o casamento dar certo, precisa de ter amor e também um tempero de sorte, pois bem cá estou eu casado há 23 anos, passamos e superamos várias crises e estamos bem obrigado, três filhos bem criados e bem encaminhados, tive sorte com minha esposa Clarice e com os filhos e vamos em frente. Toda esta conversa longa e enrolada é para chegar naquele momento nas linhas lá para cima, o momento legal e especial de fazer parte da história do Brasil moderno e poder assistir de pertinho este ocorrido. Na TRANSPETRO fui sorteado entre milhares de trabalhadores a poder assistir ao lançamento do navio Dragão do Mar, que faz parte do projeto que proporcionou o renascimento da indústria naval brasileira. O que vi e vivi nestes dois dias foi muito marcante, com certeza uma experiência que levarei para o resto de minha vida e terei orgulho em contar. A viagem foi excelente, pode viver momentos de descontração, passear um pouco em Recife, conhecer locais legais e também Olinda, chegar aos quatro cantos, ver monumentos históricos, o melhor de tudo conhecer pessoas legais, com histórias na empresa bem diferentes e ver a emoção delas também. Foram dois dias intensos, em emoção, diversão, conhecimento de todas as formas e oportunidade diferenciada. Tenho mesmo sorte na vida, posso reclamar e tenho do que reclamar como todo mundo, mas não posso deixar de reconhecer a minha sorte. Estávamos eu e os outros “sortudos” e porque não dizer como a colega Denise, “very important personalities”, vivenciando um momento histórico e bem de pertinho, ali na plateia, pessoas com histórias diferentes na empresa, de culturas tão variadas como a do nosso país: Fabricio, um gaúcho morador de Santa Catarina; Anita, a paulista descendente de nordestino que tem nome de heroína; a carioca Denise, autora da citação apropriada por mim e Carmem, a paraense mais sortuda do Terminal Belém; além de mim, como todos já sabem, o baiano eletrotécnico e duble desqualificado de escritor. O que vivemos nestes curtos e intensos dois dias, unanimemente entre os quatro sorteados, foram momentos únicos. Podíamos ver uns no rosto dos outros a emoção de estarmos ali e podermos presenciar a história, fazer parte da história e termos a certeza do momento único em nossas vidas. A “aventura” foi tão intensa que no último dia já nos sentíamos velhos amigos de infância, nos arriscávamos em brincadeiras que apenas amigos íntimos conseguem fazer, observando as multivariedades de culturas existentes nos permitiam certas brincadeiras. Retornei a minha adorada terra Bahia, mais falante que criança em sua primeira viagem de férias longe dos pais, queria contar tudo à minha esposa, aos filhos, falar da aventura de ter vivenciado uma parte da história do País. No trabalho estava quase como uma grande personalidade famosa, os colegas perguntavam e eu contava um a um a experiência vivida, sem me estressar por ficar repetindo quase a mesma história, pois como bom contador de “causos” sempre me lembrava de algum detalhe de que não tinha falado na narrativa anterior. Não pensem que inventava algo, apenas acrescentava detalhes que esquecia em algum momento, afinal sou além de dublê ruim de escritor, sou um contador de “causos” extremamente gabaritado. Caso alguém queira saber os detalhes desta história, basta apenas sentar em um boteco comigo e ter paciência para ouvir, afinal são tantos os detalhes que uma cerveja só não basta, mas antes terá que vim aqui na Bahia, conhecer a família Toneta Sá, e solicitar um alvará de soltura provisória a D. Clarice, então sentaremos no Universal (boteco em frente de minha residência), saboreamos umas coxinhas de galinha, e prepare-se para ouvir a história, sem pressa afinal aqui na Bahia a pressa é inimiga mortal de nossas vidas.

FUTEBOL, MANIAS E SOFRIMENTO.

FUTEBOL, MANIAS E SOFRIMENTO. Nunca escrevi sobre jogos da Copa do Mundo, mas como dizem por ai: “Tudo tem sua primeira vez”. Vamos a este primeiro texto, e quis a história e oportunidade que seja na Copa das Copas e sem “jogo da velha” ou “hashtag” como querem os internautas, não que eu seja contra novidades, mas acho algumas coisas meio bobas, mesmo que a função de antecipar os verbetes com o ‘jogo da velha” seja criar um hiperlink dentro da rede mundial, bem vamos voltar ao assunto do jogo e deixar explicações de internet, hiperlinks para os especialistas já que esta não é a minha praia. Oitavas de final, das Copas das Copas, nós não poderíamos querer adversário melhor, mesmo que desta vez o nosso melhor adversário tenha a sua melhor seleção. Afinal em futebol, apesar de o jogo só terminar quando o juiz der o apito final, a camisa pesa e história conta. Três jogos em oitavas, três vitórias brasileiras e vitórias fáceis, com certeza seria apenas mais um jogo. Só que tabus foram criados para serem superados e a história pode ser reescrita. Não é que os chilenos acreditaram que poderiam reescrever a história, e tome sofrimento e tome aflorar minhas manias em jogos de futebol. Não são superstições, são manias, apesar de ser baiano nascido na Terra de Todos os Santos, não sou supersticioso, nem lá muito religioso. Mas no futebol vale tudo para ganhar, sentar no mesmo canto do sofá, colocar as filhas para fora de casa, controles remotos que existirem ficar ao meu lado, ir ao banheiro em determinados minutos dos tempos de jogo, obrigar a mulher sentar ao meu lado, não assistir na Globo e por ai vai. Quem estiver lendo, talvez os dez ou quinze leitores de sempre, deve estar pensando: “Isto é superstição”. Não é não, é mania, já escrevi não sou supersticioso. Um cara que chuta gato preto, passa na frente de macumba, ou seria o contrário, sei lá, mas levanto com pé esquerdo, passo embaixo de escada (se não tiver ninguém ou nenhuma ferramenta em cima), quebro espelhos, adoro sextas-feiras 13, pois depois sempre vem um sábado e posso dormir até tarde, a sandália não deixo virada porque na pressa para calçar atrapalha, mas tenho camisa da sorte do Flamengo, bandeira do Flamengo mais velha do que eu que me acompanha em jogos decisivos, mas não é superstição é MANIA. Cá pra nós, que sempre dão mais sorte do que azar isto sim acontece. Voltando ao jogo sofrido, nas vitorias do Brasil nesta Copa minhas filhas estavam na casa de um casal amigo, então manda elas para lá de novo. Sentei do lado direito do sofá, sem camisa e com os controles ao meu lado esquerdo, repete tudo isto, a mulher tem direito de gritar, ficar nervosa, mas não pode sair de meu lado, depois dos controles, não grudada, uns 70 cm distante e não mexe nos controles, meu filho, bem este fica aonde quiser nunca vi tão sangue frio, nem se manifesta. Repetimos tudo e eu convicto que seria um jogo fácil, mas ai como diz a lenda, que segundo o grande Garrincha perguntou em uma explicação do técnico de como eles deveriam fazer em campo, após a explicação ele pergunta: “Combinaram com os caras do outro time também?”. Pois é, todos se esqueceram de combinar com os chilenos e foi o sofrimento que me remeteu à Copa de 1994, aquela final que Baggio comprado mandou a bola para longe (este pequeno comentário é só para deixar os adeptos das teorias das conspirações futebolísticas felizes). Nos remoto ano de 1994 eu embebedei e sai feito doido pelas ruas de Vitória da Conquista, fazendo farra, fiz amigos que nunca vi depois, beijei um guarda, subi na moto do guarda beijado, foi uma alegria e não importava como foi a vitória, se sofrida ou não. Mas este jogo do ultimo dia 28/06/2014, pareceu mais tenso, afinal a Copa é no Brasil, ser eliminado nas oitavas e não chegar a final seria trágico. Uma tragédia que talvez nunca fosse superada, teríamos mais um fantasma a nos acompanhar no futebol, assim como temos o Maracanazzo e sinceramente eu teria que rever minhas manias e não quero isto. Analisando agora o jogo friamente, encontrei a explicação física para aquela última bola na trave, do último pênalti e não foi treinamento dos chilenos para que a Copa fosse nossa, a explicação esta na Física, na eletrostática e é bem simples: Principio das ações elétricas em que cargas elétricas de sinais iguais se repelem e de sinais contrários se atraem. Júlio Cesar como um bom aluno de Física, lembrou-se das aulas no ensino médio e todas às vezes que pegava a bola passava a sua energia eletrostática para ela, ia carregando lentamente a bola com suas cargas elétricas e lembrando a bola que ela é brasileira, no último pênalti ele se esticou todo e abola passou perto de sua mão, já totalmente carregada das mesmas cargas elétricas que o Júlio e fez uma pequena curva imperceptível, mas o suficiente para ir à direção da trave e pronto. Todos já sabem o que ocorreu. Estou curtindo tirar onda de supersticioso sem ser, de sentar na direita do sofá, expulsar minhas filhas d e casa e tudo o mais. Só que preciso refazer alguns passos, pois vem mais por ai, vem mais um “mata-mata”, vem mais uma seleção de ótimo futebol e prevejo mais uns tantos minutos de sofrimento, de tensão e mais algumas manias a serem inventadas. Esta é a Copa das Copas, a oportunidade de passarmos para o Mundo a verdadeira imagem do Brasil, de um povo que não tem vergonha de se mostrar emotivo que não se envergonha de sua história, é a Copa das Copas e não pode ser de mais ninguém. Poxa, será que se eu “publicar” isto no face ou em meu blog vai dar azar? Creio que não, vai é dar sorte, ai terei que escrever outro texto em um próximo jogo, mais uma mania a se perpetuar.